quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Que belo dia para visitar LPSC (Santa Cruz)

Que dia magnífico esteve ontem dia 20 de Outubro, para se poder disfrutar de um voo tranquilo, vento calmo, céu limpo e a paisagem  soberba da nossa costa atlantica. Há muitos anos atrás obtive a minha licença PPA no ACTV sediado em Santa Cruz, por lá fiz alguns amigos e foi lá que aprendi e que consegui realizar um sonho, o de poder voar. Por várias circunstâncias, uma delas ter estado anos sem exercer esta actividade que me dá tanto prazer, nunca mais voei naquela área que tanto significado teve para mim e continua a ter. Na altura o ACTV era considerado um dos melhores aeroclubes de Portugal, tendo formado inúmeros pilotos ao longo de décadas e pelo que vi ontem parece manter o nível, custando actualmente a formação de PPA 7500€, (o meu custou 350.000$00 escudos).Foi agradável aterrar naquela pista (35) enorme, asfaltada com o meu Quicksilver e lembrar-me das vezes em que eu ou o meu instrutor éramos obrigados a sair do Cessna 150 para dar um empurrão por ter ficado atascado na lama na cabeceira da pista ou taxear com a roda de nariz em cima para evitar as pedras. Ontem, curiosamente enquanto por lá estive não vi qualquer tráfego aéreo, tudo muito sossegado, eu a pensar sobre a razão e ao mesmo tempo a  sentir-me privilegiado por ali estar.


Tinha descolado do aeroclube Lagoa de Óbidos com um dos meus mais recentes amigos e combinado irmos almoçar a Santa Cruz, seria o seu batismo de voo em ultraleve e a realização de um sonho também para ele, que deseja ser piloto.Almoçámos no restaurante anexo ao aeroclube, como tantas vezes tinha feito há vinte anos atrás e não conheci qualquer cara de antigamente, só quando saí e fui procurar o CS-AHI, agora pendurado num dos hangares à espera de melhores dias, reconheci uma cara, mas já não sabia o seu nome.Há dias perfeitos e este foi um deles, pela companhia e pelo prazer de voar.Não assisti a debates televisivos sobre o Orçamento de Estado, esqueci o jogo do Lyon-Benfica, não visitei o Facebook, por momentos esqueci os tempos conturbados que vivemos e a crise que se avizinha.Afinal desde que me lembro sempre estivémos em crise, de vários tipos, já estamos habituados a apertar o cinto.Está também nas mãos de cada um enfrentar a crise à sua maneira e de encontrarmos soluções para os nossos próprios problemas.Não sou rico e provavelmente nunca o serei, mas que possa voar por muitos anos, com saúde e serei um homem feliz, que afinal é o que importa.